Separação e afastamento
Por Bertold Ulsamer
O amor muitas vezes corre mal, as relações terminam. Parceiros partem, novos parceiros se juntam. Como podemos lidar com isto de uma forma resoluta?
Normalmente o fim chega sem que ninguém tenha de se sentir culpado. A relação terminou porque cada pessoa está emaranhada no seu próprio enredo, ou porque alguém toma um rumo diferente ou está a ser conduzido para um caminho diferente. Contudo, assim que começo a sentir culpa, tenho a crença e a ilusão de que eu ou a outra pessoa poderíamos fazer alguma coisa; que o outro ou eu próprio só teríamos de nos comportar de uma forma diferente e com isso tudo poderia ser salvo. Nessa altura, a grandeza e a profundidade da situação é mal interpretada e a culpa e as acusações de um contra o outro vão ser investidas. A solução está em que ambos se submetam à sua tristeza, à sua dor profunda, à tristeza e pesar pelo facto de a relação ter chegado ao fim…
Quando uma separação ocorre, a raiva frequentemente serve de substituto para a dor e tristeza.
Os parceiros anteriores continuam a fazer parte do sistema. Nas colocações dos sistemas actuais, estes parceiros continuam a ser colocados. Por vezes existem tensões que ainda não foram resolvidas. Nesse caso, é importante que as coisas que ficaram por dizer sejam expressadas, por exemplo: “tenho pena” (“sinto muito”).
Quando os ex-companheiros recebem “um bom lugar”, eles podem tornar-se apoiantes e serem uma fonte de poder. “Um bom lugar” significa que eles estão a ser honrados e respeitados como ex-companheiros e predecessores. A melhor prova
disso são as relações de amizade que continuam a existir após a separação ou que começam a desenvolver-se de novo.
A supressão terá um impacto negativo no presente e no futuro da própria família. Se o ex-parceiro não é considerado como sendo parte do sistema, se a sua existência estiver, por exemplo, a ser negada, isso tem um efeito particularmente mau quando nascem crianças. A criança poderá representar o ex-parceiro. A família estará em desordem.
Traduzido do inglês por Eva Jacinto
Ilustração: Aurelia Fronty
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